Planeta dos Macacos: Reflexões Sobre a Humanidade e o Poder

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Publicado em 1963, “Planeta dos Macacos” é uma obra literária que transpassa as barreiras do entretenimento para se tornar uma reflexão profunda sobre a humanidade, poder e civilização. Escrito por Pierre Boulle, também autor de “A Ponte do Rio Kwai”, o livro oferece uma narrativa provocativa e instigante que continua a ressoar com leitores e espectadores ao longo das décadas, ao ponto de ter se transformado em um dos blockbusters mais relevantes de hollywood sob responsabilidade da Walt Disney Company.

Sobre o autor, Pierre Boulle foi um engenheiro e escritor francês que possuía uma habilidade singular para criar histórias que desafiam a percepção da realidade e da condição humana. Em “Planeta dos Macacos”, despretensiosamente, ele apresentou um mundo onde os macacos são a espécie dominante e os humanos são subjugados. Digo despretensiosamente, pois o próprio autor informa que jamais imaginaria a repercursão ocorrida com o lançamento do livro. Essa inversão de papéis não é apenas uma ferramenta narrativa; é uma metáfora poderosa para discutir temas como racismo, colonialismo e o abuso de poder.

Ao me deleitar na leitura, a trama do livro segue Ulysse Mérou, um jornalista que viaja para o espaço em uma expedição guiada pelo professor Antelle, somados ao Hector, o chipanzé e ao Arthur Levaine, um estudante. O ponto de partida era a Terra, mas como ponto de chegada acabam aterrissando em um planeta deslumbrante extremamente semelhante ao planeta Terra chamado Betelgeuse. 

Imagine só, viajar anos luz e se deparar com uma atmosfera semelhante ao seu país de origem! Espetacular. Mas o mais curioso estava por vir. Nesse planeta os macacos evoluíram para se tornarem a espécie inteligente dominante, enquanto os humanos regrediram às interações primitivas e são tratados como animais irracionais. 

A questão da moralidade e da ética é central na obra, ao nos colocar no lugar dos oprimidos, assim, Boulle nos força a confrontar nossas próprias injustiças e a reconhecer nossas fraquezas. A obra é um contínuo convite a refletir sobre a empatia e a compaixão, elementos essenciais para uma sociedade justa e equitativa.

Então, humanos caçados como abutres, pendurados e apresentados como conquistas de caças tal qual cervos são imagens mentais que nos constroem um cenário horripilantes, mas que no fundo nos provocam a refletir, logo no primeiro capítulo, sobre o significado de ser humano e como tratamos aqueles que consideramos “inferiores” como pessoas e como espécie. Essas provocações me remontam diretamente “Planeta fantástico” (1973), filme animação que traz bem essas reflexões sobre a relevância humana e especismo. 

Sem entrar em mais detalhes sobre o curioso desenrolar da história, posso aqui levantar alguns pontos de reflexões favoritos: o ser humano é de fato a única espécie inteligente? E, a ciência é ferramenta de disrupção ou manutenção do status quo? 

Levanto esses questionamentos, pois ao longo dos procedimentos científicos desenvolvidos pelos macacos com os humanos (eu como amante da ciência fiquei fascinada com as etapas), a briga entre avanços científicos e política foi bem presente, ao ponto de transpor para nossa existência e buscar o “será que existe mais do que nos foi dito?”.

Apesar de detestar cinema, ao ponto de sequer assistir filmes, o sucesso do livro levou à adaptação cinematográfica em 1968, dirigida por Franklin J. Schaffner e estrelada por Charlton Heston como George Taylor, o equivalente a Ulysse no filme.

A franquia “Planeta dos Macacos” se expandiu com várias sequências, começando com “De Volta ao Planeta dos Macacos” (1970), “Fuga do Planeta dos Macacos” (1971), “A Conquista do Planeta dos Macacos” (1972) e “Batalha pelo Planeta dos Macacos” (1973). Cada filme adicionou camadas à narrativa original, explorando temas como a revolução, a sobrevivência e a convivência entre diferentes espécies.

Em 2001, Tim Burton dirigiu um remake do filme original. Embora visualmente impressionante, a versão de Burton não conseguiu capturar a profundidade filosófica e o impacto cultural do original, recebendo críticas mistas. No entanto, a franquia ganhou novo fôlego com a trilogia iniciada em 2011: “Planeta dos Macacos: A Origem”, seguida por “Planeta dos Macacos: O Confronto” (2014) e “Planeta dos Macacos: A Guerra” (2017).

Esta nova trilogia, dirigida por Rupert Wyatt e Matt Reeves, redefiniu a história com efeitos especiais de ponta e uma narrativa mais centrada nos personagens. A trilogia explora a ascensão de César, um macaco geneticamente modificado que lidera sua espécie em uma luta pela sobrevivência contra os humanos. A profundidade emocional e a complexidade moral desses filmes trouxeram uma nova dimensão à história, tornando-a relevante para uma nova geração.

Além disso, “Planeta dos Macacos” também pode ser visto como uma crítica ao avanço desenfreado da tecnologia e suas consequências. A destruição da civilização humana, sugerida tanto no livro quanto nos filmes, é um alerta sobre os perigos de não respeitarmos os limites éticos e ambientais.

Por essa razão, me diverti bastante na leitura, pois trata de uma sequencia que te faz querer saber da continuação e se utiliza de uma estrutura narrativa curiosa e  inimaginável para provocar ensaios tão genuínos.

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